Você sabia que apenas 3% do orçamento federal destinado à gestão de desastres no Brasil é usado para prevenção e mitigação? Nos últimos 10 anos, a maior parte dos recursos foi direcionada a ações emergenciais da Defesa Civil, deixando obras preventivas em segundo plano.
O impacto dessa negligência é alarmante: enquanto os eventos climáticos extremos aumentaram 250% desde 1990, 80% dos municípios brasileiros não possuem capacidade de resposta preventiva. Cerca de 8 milhões de pessoas vivem em áreas de risco, especialmente comunidades periféricas e tradicionais, que sofrem com a falta de infraestrutura básica.
O Projeto de Lei Orçamentária para 2025 agrava esse cenário, reduzindo em 76,7% os recursos para obras de prevenção. Para se ter uma ideia, cortes incluem:
- Estudos para contenção de cheias: redução de 86,3%;
- Obras em encostas urbanas: redução de 20,6%.
Especialistas defendem que a prevenção é essencial não apenas para evitar tragédias, mas também para enfrentar o racismo ambiental e promover justiça climática. Ajustar prioridades orçamentárias é urgente para proteger comunidades vulneráveis e conter os impactos da intensificação das mudanças climáticas no país.