Os organizadores da Olimpíada de Paris 2024 comprometeram-se a realizar os Jogos Olímpicos mais sustentáveis da história, com metas ambiciosas de redução de emissões de carbono e diminuição do uso de plásticos de uso único.
No entanto, um relatório da XP, patrocinadora do Comitê Olímpico Brasileiro, apontou que a execução dessas metas enfrentaria desafios significativos, especialmente em um evento que reuniu 15 milhões de pessoas. Durante as Olimpíadas de Tóquio, a ausência de turistas devido à pandemia facilitou a redução das emissões, mas Paris não contou com essa vantagem.
- Paris prometeu reduzir suas emissões de carbono em 50% em comparação com as Olimpíadas anteriores, como as de Londres e Rio.
🏗️ Em termos de infraestrutura, Paris conseguiu realizar 95% dos eventos em locais pré-existentes ou temporários, evitando novas construções em grande escala. O uso de biomateriais reciclados, como madeira, e a reutilização dos 2,8 mil apartamentos da Vila Olímpica foram exemplos de inovação sustentável. Após os Jogos, foi prometido que um terço desses apartamentos serão destinados a moradias públicas.
🔋 A energia das instalações olímpicas foi majoritariamente renovável, proveniente de parques eólicos e solares. Foi instalada uma usina solar flutuante no Rio Sena, e as lâmpadas do Stade de France foram substituídas por LEDs, reduzindo o consumo de energia em 80%. No entanto, como a XP observou, a matriz energética francesa já era uma das menos poluentes da Europa, o que limitou o impacto dessas iniciativas.
🚲 A logística de transporte em Paris durante os Jogos foi planejada para minimizar as emissões. A frota oficial incluía veículos elétricos e movidos a hidrogênio, e os atletas foram alojados próximos aos locais de competição. Contudo, o maior desafio permaneceu nas emissões geradas pelas viagens aéreas de espectadores e participantes de 200 países, que representaram cerca de 25% do total das emissões do evento.
Nem tudo são flores
Apesar dos esforços, algumas medidas enfrentaram obstáculos, como a adoção de sistemas geotérmicos em vez de ar-condicionado tradicional, que se mostrou insuficiente em dias de calor intenso. Além disso, a meta de reduzir plásticos descartáveis foi comprometida, com a Coca-Cola, patrocinadora, encontrando dificuldades em substituir garrafas de plástico por copos reutilizáveis.
As emissões inevitáveis foram compensadas com a compra de créditos de carbono em projetos de proteção de florestas em países como Quênia e Nigéria. No entanto, a efetividade a longo prazo das ações implementadas em Paris ainda permanece em debate.
Agora, após o encerramento dos Jogos, será realizada uma avaliação para medir o sucesso das iniciativas sustentáveis.