Com o avanço do mercado de carros elétricos, a reciclagem de baterias de lítio tornou-se um desafio crucial para garantir que a transição para fontes de energia sustentáveis não crie novos problemas ambientais. Essas baterias, compostas por metais pesados e químicos tóxicos, não são biodegradáveis e podem contaminar lençóis freáticos se descartadas de forma inadequada.
Diante dessa preocupação global, a Universidade de São Paulo (USP), por meio do Laboratório de Reciclagem, Tratamento de Resíduos e Extração (Larex), tem desenvolvido avanços significativos na reciclagem desse tipo de resíduo.
O pesquisador Amilton Botelho, pós-doutorando e membro da equipe do Larex, explica que os métodos tradicionais, que utilizam reações térmicas em altas temperaturas, são caros, ineficientes e contribuem para o efeito estufa.
💧 Para enfrentar esses desafios, o Larex adotou a hidrometalurgia, uma técnica que utiliza processamento em água a temperaturas muito mais baixas, cerca de 90 graus Celsius. Segundo Botelho, essa nova abordagem permite a recuperação de 95% dos materiais presentes nas baterias, incluindo plástico e grafite. Além disso, os resíduos restantes podem ser reutilizados em outros processos industriais, tornando o processo mais sustentável e economicamente viável.
🏭 O processo desenvolvido pelo Larex já está em fase piloto, operando em escalas maiores e demonstrando grande potencial para aplicação industrial em larga escala. A equipe do laboratório conseguiu aumentar a capacidade de processamento de 100 ml para volumes entre 20 e 60 litros, um feito inédito mundialmente.
🔍 Desafios Superados
Um dos maiores desafios enfrentados pela equipe foi desenvolver um método único que pudesse reciclar diversos modelos de baterias, produzidos por diferentes empresas e destinados a diferentes mercados. “Essa é uma charada que nós conseguimos resolver com nossa pesquisa. Atendemos a todas essas demandas com o nosso processo,” comemora Amilton.