Cientistas da Fundação Oswaldo Cruz fizeram uma descoberta surpreendente: foram encontrados vestígios de cocaína em tubarões capturados nas águas do Rio de Janeiro. Os testes, realizados em 13 tubarões da espécie Rhizoprionodon lalandii (10 machos e 3 fêmeas), revelaram níveis de cocaína até 100 vezes maiores do que o já observado em outros animais marinhos.
🌊 Como a Cocaína Chegou aos Tubarões?
A espécie Rhizoprionodon lalandii foi escolhida porque vive perto da costa, onde a poluição é mais comum. Os cientistas acreditam que esses tubarões podem servir como “avisos” para detectar drogas ilícitas no mar.
O estudo mostrou que a cocaína foi encontrada no músculo e no fígado dos tubarões, uma descoberta inédita e preocupante para a vida marinha.
🚢 De Onde Vem Essa Contaminação?
Embora pareça lógico pensar que pacotes de cocaína jogados no mar por traficantes seriam a causa, os cientistas dizem que a verdade é mais complicada. Eles acreditam que a poluição vem de resíduos de laboratórios clandestinos e dos dejetos de usuários de drogas, que acabam sendo despejados nas águas e não são totalmente filtrados pelas estações de tratamento.
A cocaína se decompõe rapidamente na água, então, para que os tubarões estejam tão contaminados, é provável que grandes quantidades da droga estejam entrando constantemente no oceano.
🔍 O Que Isso Significa para os Tubarões e para Nós?
Embora os cientistas não tenham notado mudanças claras no comportamento dos tubarões, estudos anteriores indicam que a cocaína pode afetá-los de forma semelhante aos humanos. Isso pode incluir problemas de visão, dificultando sua caça e reduzindo sua expectativa de vida.
Além disso, as fêmeas grávidas apresentaram níveis mais altos de cocaína, levantando preocupações sobre os efeitos nos filhotes.
Essa descoberta também é alarmante para os seres humanos. O Rhizoprionodon lalandii é uma espécie consumida no Brasil, muitas vezes vendida com outro nome. Isso gera questionamentos sobre a segurança alimentar e a necessidade de mais pesquisas para entender os riscos de consumir peixes contaminados com drogas.